The B 52´s

Imagina como seria daqui a 20 anos ver os seus ídolos tocarem músicas que marcaram toda sua fase adolescente?
Foi exatamente o que pensei quando olhei para o Credicard Hall lotado nessa noite de sábado(18) e vi pessoas com a idade dos meus pais e avós (por incrível que pareça) dançando freneticamente embalados por melodias como "Private Idaho", "Mesopotamia", "Love Shack" e o mais novo e divertido hit do B 52´s chamado "Funplex".
È empolgante saber que para certas bandas do passado, o tempo parece não alterar a mágica e a aura que envolve o seu espetáculo. A pergunta que ficou na minha cabeça foi, se daqui há alguns anos terei a chance de presenciar uma banda que gosto tocar sucessos de hoje. Infelizmente, frente a efemeridade do mundo da música atual, não tenho muita expectativa quanto a isso.

Nina

Roteiro de Marçal Aquino e direção de Heitor Dhalia, o filme Nina é estrelado por consagrados atores brasileiros como Guta Stresser(Nina), Wagner Moura, Selton Mello, Lázaro Ramos, Renata Sorrah, Matheus Nachtergaele, com participação de Maria Luísa Mendonça.
A trama, que se mescla com desenhos de história em quadrinhos, mostra a vida trágica de uma jovem pobre e viciada que tenta sobreviver na cruel selva de pedra, que é a cidade de São Paulo dos dias de hoje. Desesperada por um emprego que possa ajudar a pagar o aluguel do quarto em que mora, Nina se vê nas piores e mais desoladoras situações adversas. Dona Eulália, a proprietária do apartamento, além de extraviar dinheiro que vem pela correspondência enviada pela mãe de Nina, trancar com cadeado a geladeira e escrever na embalagens lacradas de comida o seu nome, submete a protagonista a situações de profunda humilhação.
Uma visão arrebatadora do que pode ser a vida na cidade, de quão desumana podem ser as relações na metrópole quando se está sozinha em um mundo de drogas, de intensa vida noturna e no mergulho a um subconsciente perturbado. Rompendo qualquer resquício de preconceito que eu ainda podia ter com a produção cinematográfica nacional, o filme é em alguns momentos enlouquecedor, cruel e realista, e se torna necessário para qualquer um.

No Doubt 2009: O Retorno

É tão bom e inesperado que parece até mentira, uma das maiores e mais autênticas banda pop dos anos 90 anuncia a sua volta, o No Doubt. Depois de cinco anos sem produzir nada juntos, depois da carreira solo da vocalista Gwen Stephani e de projetos paralelos dos integrantes, a banda anuncia seu retorno no mês de Maio. Eles fizeram nome no cenário pop/rock mundial na década de 90, autora de hits inesquecíveis por suas melodias que com originalidade faziam um mix de pop, rock, ska, reggae e eletrônico volta em turnê por estádios e arenas nos Estados Unidos e Canadá. A grande surpresa é a banda que foi convidada para tocar nessa volta aos palcos, o Paramore. Fazendo parte de uma espécie de "febre" da atualidade de bandas com vocal feminino, o paramore se diz empolgado com a nova experiência, assim, a vocalista Hayley Williams já se pronunciou dizendo que tocar com o No Doubt é como um sonho pra ela. Para quem esperava um repertório novo, terá que esperar mais um pouco, eles relembrarão sucessos antigos, o que com certeza irá empolgá-los com novas composições futuras, segundo o baixista Tony Kanal. Para quem não conheçe muito do trabalho deles, eu indicaria "Spiderwebs", "Just a girl", "Don´t Speak", "New" e "Ex- gilrfriend" como algumas das muitas canções que fazem do No Doubt uma banda que consegue transpor qualquer estilo pré-definido. Aumente o som!

Canções de amor (Les Chansons D´Amour)

À primeira vista pode soar estranho aos ouvidos (literalmente) pensar em um musical francês, porém as primeiras cenas de "Canções de amor" são o suficiente para quebrar esse estigma. O filme que é dividido em três atos (a partida, a ausência e o recomeço) faz uma viagem à encantadora, apaixonante, mas também melancólica e cinzenta Paris, com suas ruas e luzes inconfundíveis.
O triângulo amoroso entre Ismael Bénoliel (Louis Garrel), Julie Pommeraye (Ludivine Sagnier) e Alice (Clotilde Hesme) apresentado logo no início do filme nos conduz a um cenário em que o amor é tratado de maneira natural, mas, complexa. As músicas cantadas servem como uma espécie de complemento ao que se vive nos diferentes e turbulentos momentos que constituem a vida de quem se dispõe a amar verdadeiramente alguém. O diretor Christophe Honoré soube de maneira inteligente e sensível criar diálogos e seqüências que fossem capazes de nos conduzir a uma sensação de leveza frente a sentimentos cruciais, tais como o amor, a perda, dor, compaixão, desejo, ciúme e prazer. O imprevisível também se faz presente no desenrolar da trama e, assim, os dramas que norteiam a vida dos personagens se desprendem de possíveis estereótipos. È inevitável não querer assistir novamente e ter a chance de sentir que, por um instante as relações humanas podem sem incomuns e, mesmo assim, valerem a pena. Podem até, inesperadamente render um final feliz, afinal, tudo é uma questão de se permitir.

"Ama-me menos, mas ama-me por muito tempo."

Cidade dos sonhos (Mulholland Drive)

Uma cidade. Hollywood. Sonhos. Máfia italiana. Um matador de aluguel. El Club Silencio. Uma caixa e uma chave azul. Um filme. Amor. Obsessão. Quando pensamos nesses temas aparentemente divergentes e estranhos entre si, é difícil absorver algum sentido dessa trama escrita e dirigida pelo renomado diretor norte-americano David Lynch. Pensada e elaborada para ser uma série de televisão, Lynch teve que adaptar o material para um filme, por isso a explicação do começo com ritmo lento e arrastado. Como muitos críticos já disseram, esse é um filme para ser sentido e não entendido e desvendado, já que as peculiaridades mostradas expôe os mais obscuros, intensos e complexos sentimentos do interior do ser humano. Muitas vezes chamado de surreal, insano e bizarro, o espetáculo proporcionado é inesquecível, tanto por aqueles que se apaixonam pela obra ou pelos que odeiam, já que o longa costuma ser divisor de águas na carreira do cineasta.

Lírios D´Água (La Nassaince des pievres)

Filme francês dirigido pela estreante Céline Sciamma recebeu elogios da crítica, por contar com um elenco jovem e inexperiente que apresentou de maneira sensível e intensa diversos temas concernentes à descoberta da sexualidade na adolescência. O longa retrata a vida de três jovens num verão de um subúrbio em Paris e as situações, decepções, dores de um primeiro amor ou da rejeição são alguns dos momentos mostrados de forma sensível, momentos estes que unem a vida das três personagens principais Floriane (Adéle Haenel), Marie (Pauline Acquart) e Anne (Louise Blachère). É uma boa opção para vivenciar uma nova visão do mundo e da complexidade de sentimentos que envolve a vida adolescente.

Vicky Cristina Barcelona

Comédia romântica dirigida por Woody Allen e estrelada por Rebecca Hall, Scarlett Johansson, Javier Bardem e Penélope Cruz, o longa conta a história de duas amigas de diferentes personalidades, Vicky(Hall) que está prestes a se casar com um homem de negócios, e Cristina(Johansson) que após viver diversas experiências amorosas mal sucedidas ainda não sabe o que quer da vida (só o que não quer). A trama se desenrola durante a viagem de três meses que as duas fazem a apaixonante Barcelona, onde se interessam por um artista sedutor chamado Juan Antonio(Bardem). Permeado por conflitos pessoais e choques culturais, o diretor soube utilizar do belo cenário, da construção de diálogos inteligentes e sarcásticos e de ótimas atuações, a de Penélope e Bardem, para levantar temas bastante relevantes como as indecisões das escolhas na vida amorosa, as inseguranças, a importância do acaso, a dualidade entre a material e convencional e as emoções de uma vida sem regras. Um dos pontos importantes do filme é o aparecimento de Maria Elena, a ex-mulher do pintor Juan Antonio, interpretada por Penélope Cruz dá o tom de humor na trama, sua insanidade e atitudes inesperadas marcam uma expressiva atuação da atriz que já cogita entre as possíveis indicadas ao Oscar 2009 para o prêmio de melhor atriz coadjuvante.